quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Alunos de escolas com mais recursos não têm notas mais altas, indica estudo


Pesquisa do Ministério da Educação mostra que gestão dos recursos é importante.
Escolas com mais dinheiro têm mesmos resultados de escolas mais pobres.
Agência Estado

Gerenciar bem os recursos na escola faz mais diferença para um bom desempenho dos estudantes do que apenas investir muito dinheiro. A afirmação é uma das conclusões de um estudo inédito feito a partir de dados do Sistema Nacional da Avaliação Básica (Saeb) e da Prova Brasil, aplicados pelo Ministério da Educação. “O cruzamento mostra que não há relação direta entre os recursos e a nota dos alunos”, explica o economista Naércio Menezes Filho, autor da pesquisa “Determinantes do Desempenho Escolar do Brasil”, obtida com exclusividade pelo Estado.

Um exemplo da constatação é o caso de municípios que gastaram quase R$ 1 mil por aluno ao ano e tiveram estudantes da 8ª série com média de 250 pontos em matemática no Saeb, enquanto outras cidades obtiveram o mesmo resultado gastando R$ 250. “É claro que dinheiro é importante, mas diferenças na gestão, na forma de alocá-lo são mais importantes para explicar melhores resultados do que a simples quantidade de recursos”, diz Menezes Filho, coordenador do Centro de Pesquisa Acadêmica do Ibmec São Paulo e professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo.

O professor comparou as notas dos exames, divulgadas pelo ministério, com os recursos no orçamento da educação dos municípios, que constam no Tesouro Nacional. Pelo cruzamento, o município de São Paulo gastou ao ano por aluno da 4ª série R$ 1.060 e teve média de 168 pontos na Prova Brasil. Por outro lado, os estudantes de Rio Branco (AC), com média de 177 pontos, custaram R$ 589. Já os de Porto Alegre custaram R$ 843 e tiveram média de 184 pontos. “O que esse cruzamento faz é reforçar o conceito de que um dos grandes problemas da educação é a falta de gestão”, diz a secretária da Educação do Distrito Federal, Maria Helena Guimarães de Castro. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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